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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Primeira Infância: a visão dos especialistas


“Você planta hoje o que irá colher amanhã”. Este é o conselho do Dr. Mauro Fisberg quando o assunto é alimentação saudável e desenvolvimento das crianças na primeira infância.

A primeira infância é classificada pelos pediatras como a fase da vida da criança que se estende desde o nascimento até os dois anos de idade. É uma etapa caracterizada por uma rápida velocidade de crescimento, principalmente no primeiro ano de vida.

Dr. Mauro e sua equipe contam que a criança triplica o peso do nascimento no primeiro ano de vida. “O processo de desenvolvimento é acelerado nos primeiros meses de tal forma que aos quatro meses o bebê é capaz de ficar sentado, desde que haja um apoio. Aos cinco meses ele já senta sem necessidade de auxílio e suporta firmemente o pescoço. Dos seis aos oito meses o bebê aprende a engatinhar e aos nove consegue ficar em pé (com ajuda). Finalmente, por volta dos doze meses ele é capaz de caminhar livremente. É também por volta dos doze meses que surgem as primeiras palavras e inicia-se o período de autonomia”, explicam.

Para que as crianças possam crescer, viver bem e com saúde na vida adulta, a opinião desses especialistas é que elas necessitam de uma base sólida de cuidados, estimulação e bons hábitos alimentares. “É bem provável que um indivíduo que se alimenta bem desde cedo mantenha este hábito ao longo de sua vida e, consequentemente, estará eliminando um fator de risco para o desenvolvimento de doenças no futuro”, dizem.

Durante a primeira infância a orientação é estimular o aleitamento materno pelo maior tempo possível, sendo que ele deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Sobre este assunto, a equipe faz um alerta: “Quando a amamentação não é possível, deve-se ter o cuidado com a adequada introdução de fórmulas infantis ou leite de vaca. O pediatra ou o nutricionista são os profissionais qualificados para orientar e esclarecer dúvidas em relação à alimentação da criança”.

A partir dos seis meses inicia-se o processo de introdução dos alimentos complementares, que irão determinar o padrão alimentar da criança. Dr. Mauro conta que, muitas vezes, as crianças passam a explorar com as mãos esses novos alimentos. “É um exercício de reconhecimento, já que os sabores e as texturas são completamente diferentes do leite”.

A recusa desses novos alimentos é uma queixa comum entre os pais com crianças que vivenciam esta fase. A não aceitação acaba por deixar a alimentação monótona. Para evitar o problema, a equipe preparou algumas dicas:

- Evite a introdução precoce de alimentos açucarados.
- Estimule a criança a consumir frutas, verduras, legumes e cereais integrais.
- Dê o exemplo. Adote uma alimentação saudável e variada.

A implementação da alimentação complementar coincide com o início da educação nutricional. “A partir do momento que a criança tem capacidade suficiente de se comunicar e de entender o meio ao seu redor, podem ser fornecidas orientações básicas como, por exemplo, que as frutas fazem bem à saúde”, orienta Dr. Mauro.

O médico lembra também que, durante os primeiros anos de vida, é essencial observar e respeitar o calendário de vacinação como estratégia para a prevenção de doenças.

Autor: Mauro Fisberg é pediatra, professor associado e coordenador clínico do Setor de Medicina do Adolescente da UNIFESP e coordenador da força-tarefa Estilos de Vida Saudável ILSI Brasil.

domingo, 25 de abril de 2010

Gravidez e Atividade Física


Praticar exercícios físicos e manter uma alimentação equilibrada são importantes em qualquer época da vida. A melhora do condicionamento do corpo e bem estar físico e mental são alguns benefícios adquiridos com o hábito. Durante a gravidez essas práticas também são recomendadas. No entanto, antes de começar qualquer atividade é fundamental a liberação do médico e o auxílio de um profissional de educação física.

Atividades físicas adequadas só trazem benefícios para a gestante. Além de diminuírem as chances de ocorrer complicações obstetrícias, proporcionam uma recuperação mais rápida após o parto, evitam as dores nas costas, mantêm o equilíbrio emocional e reduzem o estresse comum nesse período. Outro aspecto essencial durante a gestação é o controle do peso. Mulheres obesas têm mais chances de sofrer abortos espontâneos e de ter complicações como hipertensão e diabetes gestacional. Os exercícios físicos auxiliam a gestante a combater esses eventuais problemas.

O programa de exercícios ideal inclui atividades aeróbicas, ginástica com pesos e alongamento. A mulher que normalmente não pratica nenhuma atividade física deve começar com exercícios de baixo impacto como: natação, hidroginástica e caminhada. Quem já tem o hábito de se exercitar deverá adaptar seu treino diminuindo a intensidade e a velocidade à medida que a gravidez evolui.
As atividades físicas recomendadas variam de acordo com o período da gestação. Confira abaixo qual o exercício adequado em cada fase:

* Do 1º ao 3º mês
Caminhada – caminhe diariamente de 20 a 30 minutos. Encontre o seu ritmo e adapte-o a sua energia a cada dia. Peça para alguém lhe acompanhar.

Alongamento – Se puder pratique exercícios de alongamento duas a três vezes por semana, entre 30 e 60 minutos. Eles diminuem a tensão muscular, ativam a circulação, liberam os movimentos e aumentam a consciência corporal.
Hidroginástica – exercício relaxante que na companhia de outras pessoas e em horários fixos, de duas a três vezes por semana, acabam se tornando bons motivadores.

Ioga - os movimentos suaves da ioga ajudam na respiração, além de fortalecer os músculos e dar mais flexibilidade. Se as séries forem leves podem ser praticadas diariamente, ou três vezes por semana.

* Do 4º ao 6º mês
Caminhada vigorosa – nesse período é recomendada diariamente ou quatro vezes por semana, pelo menos por 30 minutos. A caminhada melhora o condicionamento cardiovascular e “recarrega as baterias”.

Hidroginástica – os exercícios praticados na água amortecem o impacto sobre as articulações. Pratique de três a quatro vezes por semana, se conseguir. Se as aulas tiveram mais do que 30 minutos pare antes de ficar cansada.

Exercícios em elípticos – aparelho encontrado em academias que eliminam a tensão no abdômen, nas costas e nos músculos dos pés. Recomenda-se trocar a corrida por esse tipo de exercício nessa fase da gestação. Pratique de quatro a cinco vezes por semana, se este for o único exercício, no máximo 30 minutos.
Abdominais modificados – Prefira o abdominal deitada. O método tradicional deve ser evitado. Uma bola de ginástica ajuda a fazer abdominais mais intensos e seguros. Faça três séries de 8 a 10 repetições, pelo menos duas vezes por semana.
* Do 7º ao 8º mês
Natação – nesse período recomenda-se nadar com braçadas longas ou apenas boiar de costas. O maiô deve ser confortável de maneira que não atrapalhe os movimentos. O ideal é praticar natação diariamente, de 20 a 30 minutos.
Tai-chi – essa prática é ideal para esse período da gestação. Os movimentos leves ajudam a relaxar e a poupar energia para o nascimento do bebê. Pratique de 10 a 30 minutos, de duas a três vezes por semana. Antes de começar a praticar qualquer um desses exercícios consulte o seu médico para se saber quais atividades você poderá realizar em casa fase da gestação. A opinião dele é imprescindível.




Fonte: Livros “Concepção e gravidez depois dos 35 anos” e “A Saúde dos nossos filhos”, Publifolha (pesquisa realizada no dia 21 de maio de 2007).

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Enxaqueca ou Dor de Cabeça


Muitas pessoas se confundem com relação ao significado dessas palavras.

Dor de cabeça é uma terminologia popular e dispensa explicações; todos sabem o que significa. Um aspecto interessante é que, embora o queixo, o nariz e os olhos estejam situados na cabeça, ninguém que sinta uma dor numa dessas estruturas diz ter uma dor de cabeça. Assim, o que as pessoas em geral entendem com dor de cabeça é a dor na região do crânio.

Cefaléia é um termo técnico e significa exatamente o mesmo que dor de cabeça. Assim, não faz sentido dizer o que freqüentemente se ouve: “ O que tenho não é cefaléia, é somente uma dor de cabeça! ”

A enxaqueca é uma forma de cefaléia, mas não a única; existem muitas outras. Para se ter uma idéia, a Sociedade Internacional de Cefaléia reconhece mais de 150 modalidades de dor de cabeça. Entre os médicos especialistas em dor de cabeça, alguns preferem chamar a enxaqueca de migrânea. A enxaqueca (ou migrânea) é uma doença herdada geneticamente, como demonstram as pesquisas que estudam famílias inteiras e pares de gêmeos. Portanto, não se deve dizer que a enxaqueca é algo “normal” ou “com que se deve acostumar”. A enxaqueca tem tratamento e os pacientes se beneficiam grandemente dele, embora, na maioria das vezes não seja possível evitar completamente as crises.
O diagnóstico da enxaqueca é clínico. Algumas particularidades permitem distinguir clinicamente a enxaqueca de outras formas de cefaléia. A seguir, apresentaremos algumas das características da enxaqueca.
Manifestação por crises – Caracteristicamente, a enxaqueca se manifesta por crises que duram de 4 a 72 horas, se não tratada. Quando utilizados medicamentos abortivos das crises apropriados, a duração pode ser bem menor.
Tipo e intensidade da dor – A dor da enxaqueca é, mais freqüentemente, unilateral, podendo haver variação de lado entre as crises, e é descrita como latejante (pulsátil), na maioria das vezes. A intensidade é moderada ou forte na maioria das crises, ou seja, interfere ou impede a realização das atividades habituais.
Sintomas acompanhantes – Além da dor, os pacientes costumam apresentar outros sintomas durante a crise de enxaqueca: intolerância à luz (fotofobia), obrigando o indivíduo a procurar locais escuros para seu conforto; intolerância a ruídos (fonofobia), de forma que o paciente se afasta dos locais ruídos; e intolerância a odores (osmofobia). Outros sintomas freqüentes são náusea e vômito.
Fatores de agravamento – Alguns fatores podem agravar a dor durante uma crise de enxaqueca: abaixar a cabeça ou movimentá-la, principalmente se bruscamente; esforços físicos; esforço mental; e, muitas vezes, o decúbito.
Aura – Algumas pessoas que sofrem de enxaqueca apresentam na fase que precede a crise de dor fenômenos neurológicos transitórios a que se dá o nome de aura. As auras mais comuns são as visuais. Nesses casos, o paciente refere enxergar manchas no campo visual. Mais freqüentemente, essas visões são compostas por linhas brilhantes, em ziguezague e que compõem um arco com a convexidade voltada para a parte externa do campo visual. Iniciam-se pequenas e vão se ampliando progressivamente dentro de minutos até uma hora, chegando a tomar toda a metade do campo visual. Outras auras freqüentes caracterizam-se por sensação de dormência de um membro, geralmente, nas pontas dos dedos, ou na língua ou lábios. Formas menos comuns incluem incapacidade temporária para falar (afasia) ou fraqueza (paresia) de um ou mais membros de um lado do corpo.
Resumo das características da enxaqueca:

Duração das crises: 4 a 72 horas, se não tratadas
Tipo de dor: Pulsátil(latejante), na maioria das vezes
Intensidade da dor: Modera a forte na maioria das crises não tratadas
Fenômenos acompanhantes: Intolerância à luz (fotofobia), aos ruídos (fonofobia) e aos odores (osmofobia), náusea, vômito
Fatores de agravamento: Movimentos súbitos ou inclinação da cabeça, esforços físicos ou mentais, decúbito (em alguns pacientes)
Fatores de melhora: Sono (em alguns casos), aplicação de gelo, compressão das têmporas
Intervalo entre as crises: O paciente é normal


Autor: Sociedade Brasileira de Cefaléia / Filiada a Sociedade Internacional de Cefaléia

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os 10 benefícios da Caminhada


"A atividade física é definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso" (CASPERSEN et alii,1985).

Vale tudo: caminhar, dançar, correr, pedalar, passear com o cachorro, fazer compras a pé, subir e descer escadas, fazer jardinagem, enfim, levar uma vida mais ativa.

Em outras palavras, não são necessários níveis altos de prática física, horas intermináveis de exercícios ou dor e sofrimento. Para aproveitar as vantagens da atividade física, é suficiente aumentar o grau de integração da vida diária à atividade física, combatendo o sedentarismo e seus riscos para a vida humana.

Saiba quais são os 10 maiores benefícios da caminhada na opinião do dr. Fabio Ravaglia, presidente do Instituto Ortopedia & Saúde….

1. MAIS AMIGOS - A caminhada é um excelente exercício para manter as pessoas saudáveis e integradas na sociedade. Ajuda as pessoas a terem mais amigos!!!! A caminhada é também um excelente exercício para atingir um condicionamento físico saudável. Na caminhada, os riscos de lesões ortopédicas e cardiovasculares são mínimos em comparação a outras atividades.
2. AUXILIA NO CONTROLE DO COLESTEROL - A caminhada é uma atividade que emagrece, proporciona condicionamento cardiovascular e fortalece membros inferiores, além de reduzir as taxas de colesterol ruim (LDL e o VLDL) e aumentar o colesterol bom (HDL).
3. AUXILIA NO CONTROLE AO DIABETES - A caminhada é a atividade física mais indicada para o diabético, que deve praticá-la de três a quatro vezes por semana por, pelo menos, meia hora. A principal dica é usar tênis confortável e caminhar em local plano, sem buracos e bem ventilado. Já foi demonstrado em muitos estudos que a realização de exercícios reduz os níveis de glicose e melhora a ação da insulina. Essas ações reduzem a necessidade de medicamentos orais e a dose de insulina a ser aplicada. Além disso, o exercício queima calorias, o que ajuda no controle de peso e melhora o humor, ajudando a enfrentar os problemas da doença.
4. É BOM PARA O CORAÇÃO! - Como é uma atividade aeróbia, provoca a oxigenação cerebral e, se realizada rotineiramente, é capaz de liberar endorfinas — os hormônios que tranqüilizam e dão a sensação de bem-estar. A lista de doenças que a caminhada ajuda a evitar é imensa: acidente vascular cerebral, depressão, ansiedade, osteoporose, artrose, obesidade, diabetes “mellitus”, câncer de intestino e até intestino preguiçoso.
5. AUXILIA NA PREVENÇÃO À OSTEOPOROSE - Exercícios com suporte de peso (mesmo que o peso seja o seu próprio corpo) tais como caminhadas, exercícios aeróbicos, tênis e jogging são essenciais para o paciente com osteoporose. Mulheres no período pós-menopausa devem consultar o médico para verificar a necessidade de tomar estrógenos e progesterona (ou somente estrógenos para mulheres sem o útero). Esses medicamentos podem parar rapidamente a perda de osso, aliviar alguns dos sintomas associados à menopausa, beneficiar o coração por aumentar o "bom colesterol” (HDL) e diminuir o "mau colesterol” (LDL). Vale lembrar que se admite que os estrógenos podem aumentar ligeiramente a probabilidade do câncer de mama e útero. O paciente e seu médico determinarão a melhor alternativa em cada caso.
6. OSSOS MAIS FORTES - Assim como os músculos, os ossos se tornam mais fortes com as atividades físicas. Os melhores exercícios para os ossos são os exercícios de sustentação do peso, que forçam a pessoa a trabalhar contra a gravidade. Esses exercícios incluem a caminhada, corrida, subir degraus, musculação e dança.
7. MAIS VITALIDADE - A caminhada regular, desde que bem orientada, traz ao praticante uma série de benefícios como: - Melhor estabilidade articular; - Aumento de massa óssea; - Aumento da taxa de hormônio do crescimento; - Diminuição da freqüência cardíaca de repouso; - Diminuição da pressão arterial; - Melhor utilização da insulina; - Controle da obesidade; - Diminuição do risco de varizes; - Diminuição do risco de derrame cerebral; - Diminuição do risco de arteriosclerose; - Diminuição do risco de lombalgia; - Aumento da força; - Aumento da flexibilidade; - Aumento da resistência aeróbica; - Aumento da resistência anaeróbica; - Facilitação da correção de vícios posturais; - Aceleração da recuperação de várias cirurgias; - Melhora da qualidade do período gestacional; - Facilitação do parto normal; - Facilitação da mecânica respiratória;
8. AUMENTA A EFICIÊNCIA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
9. DIMINUI O ESTRESSE E COMBATE A DEPRESSÃO - A caminhada ajuda no tratamento de distúrbios psicológicos. Caminhar por 30 minutos, três vezes por semana, pode ser tão eficiente no tratamento de depressão aguda quanto a utilização de medicamentos.
10. CAMINHAR EMAGRECE! - O excesso de peso pode aumentar o risco para doenças cardiovasculares na medida em que aumenta suas chances de desenvolver hipertensão (pressão elevada), níveis elevados do "mau colesterol" e diabetes. A caminhada pode ajudar — e muito — a alcançar o peso ideal para manter a saúde.


Autor: Dr. Fábio Ravaglia - Médico Ortopedista formado pela UNIFESP - Presidente do Instituto Ortopedia & Saúde, membro do corpo clínico externo dos hospitais Albert Einstein, Osvaldo Cruz e Santa Catarina; e diretor-presidente da Arthros Clínica Ortopédica.

sábado, 10 de abril de 2010

Memória Humana


Quanto mais se sabe sobre a memória, melhor se compreende como melhorá-la. Neste artigo você terá uma visão geral básica de como sua memória funciona e de que maneira os efeitos do envelhecimento afetam sua capacidade de lembrar.

O primeiro choro de seu filho, o gosto dos biscoitos de polvilho da sua avó, o cheiro da brisa do oceano. São esse tipos de memórias que formam a experiência contínua de sua vida - elas oferecem uma percepção de personalidade. São elas que fazem você se sentir confortável com pessoas e lugares familiares, conectam seu passado com seu presente e oferecem uma estrutura para o futuro. De certa maneira, é nosso conjunto de memórias coletivas - nossa "memória" como um todo - que nos torna quem somos.

A maioria das pessoas fala sobre a memória como se ela fosse parte de seu corpo. Mas a memória não existe da mesma forma que o corpo - não é algo que se pode tocar. É um conceito que se refere a um processo de lembranças.

No passado, muitos especialistas ficavam satisfeitos em descrever a memória como um tipo de pequeno gabinete de arquivo para pastas de memórias individuais em que as informações eram armazenadas. Outros relacionavam a memória a um supercomputador neural preso ao couro cabeludo humano. Porém, atualmente, os especialistas acreditam que a memória é muito mais complexa e difícil de se compreender - e que ela não está localizada em um determinado local do cérebro por ser um processo que ocorre em todo o cérebro.

Você se lembra do que comeu no café da manhã de hoje? Se a imagem de um grande prato de ovos fritos e bacon surgiu na sua mente, você não a pescou de algum corredor neural fora de rumo. Em vez disso, essa memória foi o resultado de um poder construtivo incrivelmente complexo (um poder que cada um de nós possui) que remontou impressões de memória dispersas a partir de um padrão de células distribuídas em todo o cérebro parecido com uma rede. Sua memória é realmente formada por um grupo de sistemas em que cada um tem um papel diferente na criação, no armazenamento e na lembrança dessas memórias. Quando o cérebro processa as informações normalmente, todos esses sistemas diferentes trabalham perfeitamente em conjunto para fornecer um pensamento coeso.

O que parece ser uma única memória é, na verdade, uma construção complexa. Se pensar em um objeto - digamos, uma caneta - o cérebro lembra do nome do objeto, seu formato, sua função, o som que faz quando desliza sobre o papel. Cada parte da memória do que é uma "caneta" vem de uma região diferente do cérebro. A imagem inteira dessa uma caneta é ativamente reconstruída pelo cérebro a partir de muitas áreas diferentes. Os neurologistas estão apenas começando a entender como as partes são remontadas em uma peça coerente.

Se você estiver andando de bicicleta, a memória de como operar a bicicleta surge a partir de um conjunto de células cerebrais. A memória de como ir de um lugar a outro vem de outro bloco, a memória de regras de segurança ao se andar de bicicleta vêm de outro e aquele sentimento de apreensão que se tem quando um carro faz uma curva perigosamente perto de você, vem de um outro bloco. Ainda assim, você nunca está consciente dessas experiências mentais separadas, nem que elas estão todas vindo de partes diferentes de seu cérebro porque elas trabalham harmoniosamente juntas. Na verdade, os especialistas nos dizem que não há uma distinção sólida entre como você lembra e como você pensa.

Isso não significa que os cientistas descobriram exatamente como o sistema funciona. Eles ainda não compreendem exatamente como você se lembra ou o que ocorre durante a lembrança. A pesquisa sobre como o cérebro organiza as memórias e onde essas memórias são adquiridas e armazenadas tem sido, por décadas, uma busca interminável entre os pesquisadores. Ainda assim, há informações suficientes para fazer algumas suposições. O processo da memória começa com a codificação, em seguida, passa para o armazenamento e, eventualmente, pela recuperação.


Autor: Richard C. Mohs, Ph.D. - traduzido por HowStuffWorks Brasil

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Prisão de Cada Um


O psiquiatra Paulo Rebelato, em entrevista para a revista gaúcha Red 32, disse que o máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão na qual quer viver.

Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo ou otimismo, mas é impossível refutá-la.

A liberdade é uma abstração. Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada, e sim, nudez total, nenhum comportamento para vestir. No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua sem um crachá de identificação pendurado no pescoço.

Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi qual é a sua clausura. São cativeiros bem mais agradáveis do que Carandiru: podemos pegar sol, ler livros, receber amigos, comer bons pratos, ouvir música, ou seja, uma cadeia à moda Luis Estevão, só que temos que advogar em causa própria e habeas corpus, nem pensar.

O casamento pode ser uma prisão. E a maternidade, a pena máxima. Um emprego que rende um gordo salário trancafia você, o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos. O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia. Tudo que lhe dá segurança ao mesmo tempo lhe escraviza.

Viver sem laços igualmente pode nos reter. Uma vida mundana, sem dependentes pra sustentar, o céu como limite: prisão também. Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho.

Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres, aceitemos que poder escolher a própria prisão já é, em si, uma vitória. Nós é que decidimos quando seremos capturados e para onde seremos levados. É uma opção consciente. Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num sanatório ou num presídio real, entre quatro paredes.

Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda, visto que outros, ao cometerem o mesmo crime que nós - nascer - foram trancafiados em lugares chamados analfabetismo, miséria, exclusão.

Brindemos: temos todos, cela especial.



Contribuição: Flaviana Néias Bueno
Pedagoga e Psicóloga
Especialista em Educação Inclusiva e Psicopedagogia Instituicional

Autora: Martha Medeiros


sexta-feira, 2 de abril de 2010

Atividade Física e Envelhecimento


O envelhecimento é um processo contínuo pelo qual existe uma diminuição progressiva dos processos normais de reparação do organismo. Cartilagem articular, tecido ósseo, tecido muscular etc.: diminuem paulatinamente seu teor de água perdendo em parte suas propriedades plásticas e elásticas, bem como sua capacidade de amortecer choques.

A atividade física, bem como um estilo de vida ativo e saudável são, reconhecidamente, as maneiras mais eficazes de tentar retardar o processo de envelhecimento e com isso as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade.

A escolha do tipo ideal de exercício passa por inúmeras variáveis que devem sempre ser levadas em conta. Ao iniciarmos qualquer prática esportiva devemos ter em mente os benefícios que esta nos trará e os possíveis malefícios que também podem advir.

Indivíduos obesos devem sempre evitar exercícios de impacto pois, como a cartilagem articular das articulações de carga funciona basicamente como um amortecedor, tais exercícios sobrecarregarão em muito estas cartilagens , aumentando a possibilidade de lesões.

Caminhar, nadar, fazer musculação, ioga, alongamento ou mesmo dançar são praticas recomendáveis na terceira idade pois melhoram a auto estima do idoso, bem como ajudam na quebra do ciclo vicioso do envelhecimento. Ao melhorar as condições aeróbicas do idoso bem como a sua melhor performance nas atividades do dia a dia, as práticas esportivas orientadas diminuem o efeito deletérico do sedentarismo, reduzindo ainda a ansiedade e a depressão, tão comuns nesta faixa etária.

Todos os indivíduos devem ter em mente que a partir dos 40 anos existe uma perda aproximada de 6 a 10% da força muscular por década de vida, o que faz com que aqueles que não executem atividades físicas tenham, por volta 70 anos, uma perda importante do equilíbrio que, se somado aos demais efeitos deletéricos do envelhecimento como a diminuição da visão, perda de massa óssea, perda da flexibilidade articular, torna-os mais susceptíveis a quedas e fraturas.

A prevalência da Osteoartrose aumenta com o passar dos anos, sendo esta mais freqüente em articulações de carga (coxo-femural, joelho, tornozelo) bem como no esqueleto axial, onde os processos degenerativos são denominados de "Espondilose".

Ao escolher uma atividade esportiva procure em primeiro lugar saber se é ela adequada para o seu caso e se, principalmente, lhe é prazerosa pois, só assim você desfrutará de todos os seu benefícios.


CONVERSE SEMPRE SEU MÉDICO E COM EDUCADOR FÍSICO !


Autor: Dr. Antônio Carlos Novaes - Reumatologista
Assistente Estrangeiro da Fac. de Med. de Paris