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domingo, 8 de agosto de 2010

Iniciação da criança no esporte

A prática regular de atividades físicas é uma necessidade para as crianças e uma fonte de incertezas para os pais. A vida nos grandes centros urbanos impõe enormes restrições à atividade física espontânea das crianças. Essas restrições acabam por induzir a hábitos extremamente sedentários. Tal tendência é alimentada pela verdadeira sedução das maravilhas oferecidas pelos video-games e computadores. Assim, torna-se eminente o risco de graves consequências para a saúde física e mental. Como interferir neste quadro?

A providência que sem dúvida revelará a preocupação e sobretudo o bom senso por parte dos pais será sempre o de estimular a criança para a prática de atividade física.


Devemos oferecer condições para a criança manifestar sua tendência natural e espontânea de liberar sua vontade de correr, pular, chutar, etc. Infelizmente, nas grandes cidades são cada vez mais raros os grandes quintais, os "campinhos" de futebol e os terrenos baldios de antigamente. Quantos de nós, pais, não temos lembranças inesquecíveis de uma infância de intensa atividade proporcionada pelo espaço físico adequado? Esse fato leva à necessidade da interferência dos pais para propiciar o espaço físico e o ambiente social adequados à prática da atividade física.

A interferência dos pais deverá ser a de proporcionar alternativas para substituir o que a cidade grande não oferece mais. Os centros esportivos, as praças, os parques, as escolas de esporte e outros locais adequados, devem sempre estar ao alcance das crianças. No entanto, tal interferência nunca poderá ser uma imposição, uma vez que o aspecto mais importante a ser respeitado para que o hábito seja adquirido é a vontade da criança. Com certeza sempre haverá uma proposta que será bem recebida. A preferência da criança deve ser respeitada. Se por alguma razão, por exemplo, ela não gosta de nadar, apesar de todos os benefícios da natação, devemos oferecer outras alternativas.

É oportuno também destacar os problemas eventualmente decorrentes da iniciação precoce em atividades competitivas. Não há na verdade contra-indicação para a prática esportiva de natureza competitiva para a criança mesmo em fase mais precoce. Os problemas aparecem quando programas de treinamento com exagero de sobrecarga são impostos com objetivos de melhora de desempenho em prejuízo da saúde.

Deve também ser preservado o aspecto psicológico, evitando-se a transferência para a criança de uma carga de responsabilidade quanto à obtenção de resultados. Nada pior do que o chamado "paitrocínio" levado às últimas consequências.

Assim como o adulto, a criança deve fazer esporte com prazer, desenvolvendo sua coordenação motora, sua saúde física e mental, e sua melhorando sua integração social.


Autor: Prof. Dr. Turibio Leite de Barros Neto

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