quarta-feira, 3 de março de 2010
Exercício físico, saúde e doenças: uma nova área de atuação do Profissional de Educação Física
Muito antes da resolução CNS n°218 reconhecer os Profissionais de Educação Física como profissionais de saúde, em março de 1997, o exercício físico há muito tempo tem sido relacionado com parâmetros de ligados à saúde. Atualmente, é bem estabelecido que a prática de exercício regular, independente do índice de massa corporal (IMC), oferece proteção contra grande parte das causas de mortalidade, primeiramente diminuindo a incidência de doenças como; arterosclerose, Diabete Melito tipo II, e cânceres de colon e de mama (Blair et al., 2001).
Além disso, é crescente o numero de estudos que demonstram que indivíduos com melhores níveis de aptidão física (por exemplo, valores elevados de potência aeróbia apresentam menor freqüência na taxa de mortalidade, quando comparada a indivíduos sedentários). Além disso, em indivíduos previamente sedentários, mudanças no nível de aptidão física decorrente de programas de treinamento físico também têm demonstrado redução na taxa mortalidade (Pedersen e Fisher, 2007; Blair et al., 2001).
O estilo de vida sedentário é responsável por 54% do risco de morte por infarto e 50% do risco de morte por derrame cerebral, as principais causas de morte nos dias de hoje (aproximadamente 300 mil pessoas morrem por ano no país por doenças decorrentes do sedentarismo). Dados da IHRSA (The Internacional Health, Racquet and Sportsclub Association) revelam que, enquanto quase 10% da população americana praticam atividades físicas, no Brasil, apenas 1,2% da população adota esse hábito.
O exercício aeróbio provoca uma ampla variedade de respostas biológicas que justificam a redução de eventos clínicos relacionados às doenças cardiovasculares, quando aplicado de maneira sistemática e organizada (Treinamento). Além disso, a atividade física também está inversamente relacionada com a diminuição de doenças ligadas ao metabolismo, como Diabetes Melito, obesidade e vários tipos de cânceres. Também possui um impacto benéfico no que diz respeito ao envelhecimento, registrando uma menor incidência de hipertensão em idosos que participam de um programa de atividade física aeróbia, com diminuição na pressão arterial sistêmica. O exercício físico pode melhorar a força e a resistência muscular, a potência aeróbia, a flexibilidade e o equilíbrio em pessoas idosas, principalmente melhorando a capacidade funcional e tornando-os mais independentes nas tarefas do dia a dia.
Pacientes envolvidos em programas de Treinamento Físico, especialmente com desordem crônica, relatam menor ansiedade, depressão e melhor sensação de bem-estar, quando comparado aos indivíduos sedentários. Além disso, atualmente, programas de treinamento físico são utilizados como terapêutica não farmacológica nos quadros patológicos supracitados, sendo ainda que, em alguns casos, tem sido estabelecido como parte da intervenção terapêutica, como demonstrado nas Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento da Insuficiência Cardíaca (Guimarães et al., 2002). Nestes casos, além de ter-se adicionado o treinamento físico como importante item dentre de programas de reabilitação, estabeleceu-se critérios (divididos em classes e grau de recomendação) com orientações CABE (Cardiologia Baseada em Evidências) para a utilização do Treinamento Físico dentro desses programas.
Desta forma, considerando o papel do exercício e/ou Treinamento Físico tanto na prevenção como sendo integrante não-farmacológico em programas de reabilitação, nasce uma nova função para a atuação do Profissional de Educação Física na área de saúde, em especial a Educação Física. Tal profissional deverá ser capaz de elaborar e prescrever programas de exercício físico para indivíduos portadores de doenças crônico – degenerativas e populações especiais, que deve corroborar a terapêutica proposta por equipes de multiprofissionais na área de saúde. Assim, que tem interesse na área deve se aprofundar e procurar curso de especialização que direcionem para essa função específica.
Autor: Miguel L. Batista Júnior
Site: http://www.educacaofisica.com.br/colunas_mostra_artigo.asp?id=432
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