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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Primeira Infância: a visão dos especialistas


“Você planta hoje o que irá colher amanhã”. Este é o conselho do Dr. Mauro Fisberg quando o assunto é alimentação saudável e desenvolvimento das crianças na primeira infância.

A primeira infância é classificada pelos pediatras como a fase da vida da criança que se estende desde o nascimento até os dois anos de idade. É uma etapa caracterizada por uma rápida velocidade de crescimento, principalmente no primeiro ano de vida.

Dr. Mauro e sua equipe contam que a criança triplica o peso do nascimento no primeiro ano de vida. “O processo de desenvolvimento é acelerado nos primeiros meses de tal forma que aos quatro meses o bebê é capaz de ficar sentado, desde que haja um apoio. Aos cinco meses ele já senta sem necessidade de auxílio e suporta firmemente o pescoço. Dos seis aos oito meses o bebê aprende a engatinhar e aos nove consegue ficar em pé (com ajuda). Finalmente, por volta dos doze meses ele é capaz de caminhar livremente. É também por volta dos doze meses que surgem as primeiras palavras e inicia-se o período de autonomia”, explicam.

Para que as crianças possam crescer, viver bem e com saúde na vida adulta, a opinião desses especialistas é que elas necessitam de uma base sólida de cuidados, estimulação e bons hábitos alimentares. “É bem provável que um indivíduo que se alimenta bem desde cedo mantenha este hábito ao longo de sua vida e, consequentemente, estará eliminando um fator de risco para o desenvolvimento de doenças no futuro”, dizem.

Durante a primeira infância a orientação é estimular o aleitamento materno pelo maior tempo possível, sendo que ele deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Sobre este assunto, a equipe faz um alerta: “Quando a amamentação não é possível, deve-se ter o cuidado com a adequada introdução de fórmulas infantis ou leite de vaca. O pediatra ou o nutricionista são os profissionais qualificados para orientar e esclarecer dúvidas em relação à alimentação da criança”.

A partir dos seis meses inicia-se o processo de introdução dos alimentos complementares, que irão determinar o padrão alimentar da criança. Dr. Mauro conta que, muitas vezes, as crianças passam a explorar com as mãos esses novos alimentos. “É um exercício de reconhecimento, já que os sabores e as texturas são completamente diferentes do leite”.

A recusa desses novos alimentos é uma queixa comum entre os pais com crianças que vivenciam esta fase. A não aceitação acaba por deixar a alimentação monótona. Para evitar o problema, a equipe preparou algumas dicas:

- Evite a introdução precoce de alimentos açucarados.
- Estimule a criança a consumir frutas, verduras, legumes e cereais integrais.
- Dê o exemplo. Adote uma alimentação saudável e variada.

A implementação da alimentação complementar coincide com o início da educação nutricional. “A partir do momento que a criança tem capacidade suficiente de se comunicar e de entender o meio ao seu redor, podem ser fornecidas orientações básicas como, por exemplo, que as frutas fazem bem à saúde”, orienta Dr. Mauro.

O médico lembra também que, durante os primeiros anos de vida, é essencial observar e respeitar o calendário de vacinação como estratégia para a prevenção de doenças.

Autor: Mauro Fisberg é pediatra, professor associado e coordenador clínico do Setor de Medicina do Adolescente da UNIFESP e coordenador da força-tarefa Estilos de Vida Saudável ILSI Brasil.

Um comentário:

  1. Boa noite Claudia. Muito importante o alerta, sobre as estimulações durante a Infância. Nossas crianças estão cada vez brincando menos, nas ruas e com brinquedos não-estruturados. Isso causa um sedentarismo precoce a elas. Parabéns

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